16 dezembro 2011

sobre a saudade


Saudade é um ponto final pedindo reticências – já disse Lucia Linhares.
Eu?
Eu vivo em saudades.
Assim mesmo. Como se fosse um lugar e não um verbo.
Não sofro de saudades.
Não morro de saudades.
A saudade é um braço meu.
Um terceiro braço.
Não tenho como me livrar dela, assim como não desejo me livrar dela.
A saudade me abraça e me afaga; me levanta e me balança; me acompanha e me desperta.
A saudade vive, numa boa, em mim e eu...
Vivo em saudade.

*hoje faz 5 anos que a saudade vive em mim: tranquila, mas intensa; densa, mas serena.